25 de outubro de 2011

Artigo: A Violência nas escolas e a realidade dos profissionais da educação

A Violência nas escolas e a realidade dos profissionais da educação Por Jailton de Souza Lira* A garantia da integridade física dos trabalhadores está seriamente ameaçada pelos contínuos atos de violência presenciados em nossas cidades. A realidade dos profissionais da educação em todo o País está permeada por esta realidade que, até agora, não vislumbra qualquer solução a médio ou longo prazo. O acontecimento dramático na escola de realengo, no Rio de Janeiro, revelou a realidade em que vivem expostos permanentemente alunos e profissionais. Potencialmente, centenas de realengos existem por todo o Brasil, em uma realidade marcada pelo trafico de drogas, pela ausência do poder público e pela dizimação dos jovens. Recentemente, também no município do Rio de Janeiro, novo caso ocorreu envolvendo uma professora, quando um aluno, após atirar na profissional, cometeu suicídio. Aqui em Alagoas, estado mais violento do Brasil em termos de homicídios de jovens, as escolas Mota Trigueiros, Rosalvo Lobo e Guiomar de Almeida são os casos mais recentes de violência urbana, com adolescentes revoltados e violentos, por vezes armados, cometendo toda série de barbaridades e intimidações. É claro que a violência não se combate apenas com repressão. E muito menos envolve apenas a juventude. É preciso haver políticas de emprego, educação, de ações culturais e esportivas que possam dar às pessoas as oportunidades de crescimento profissional, pessoal e cultural de que necessitam. As medidas de contenção dos gastos e dos investimentos nas áreas sociais são regras em todas as unidades da Federação, mas sem recursos suficientes não existem chances de mudança desse quadro. Neste momento discute-se no Congresso Nacional o investimento de 10% em Educação e os entraves para aprovação entre os parlamentares são inúmeros, principalmente obstáculos apresentados pela área econômica do Governo Federal. Dizer que a juventude é vitima das drogas, da falta de uma estrutura familiar e dizer também que a sociedade não oferece perspectivas de futuro também são fatos evidentes. Mas a segurança pública, responsável pela repressão ao tráfico de drogas e apreensão das armas, também desempenha um papel importantíssimo, uma vez que a criminalidade também requer ações coercitivas da parte do Estado. De modo geral, profissionais e alunos convivem em um clima de medo, constantemente ameaçados por criminosos, que estão livres e impunes. As polícias Militar e Civil em Alagoas (com carência de pessoal, de armamentos, viaturas etc.) parecem assistir, impotentes, o descontrole da violência social, da qual seus integrantes também acabam se tornando vítimas. A segurança pública tornou-se ficção constitucional. * Jailton Lira é secretário jurídico do Sinteal e presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) de Maceió.