2 de dezembro de 2013

Sinteal entrega ao MPE dossiê com irregularidades em reforma de escolas

  Obras na rede estadual custaram aos cofres mais de R$ 52 milhões, segundo denuncia o sindicato O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) entregou ao Ministério Público (MPE/AL) um dossiê com fotos e farto relato de pais e alunos do que considera ser irregularidades na reforma das escolas da rede estadual de ensino e que custou aos cofres do Estado mais de R$ 52 milhões. Em alguns casos, segundo a presidente do Sinteal, Maria Consuelo, as empresas que realizaram as reformas apenas ‘maquiaram os problemas e passaram tinta fresca por cima’, colocando, com isso, em risco a vida de professores e milhares de alunos. Ela participou do programa Verdade e Informação, da TV Mar, na tarde desta segunda-feira (2). De acordo com a líder do Sinteal, até hoje, quase dois anos após as reformas, algumas escolas ainda estão com o ano letivo atrasado e, como consequência, diversos alunos ficaram à disposição da criminalidade. À oportunidade, ela cobrou atuação do Ministério Público, na pessoa da promotora da Fazenda Pública Estadual Cecília Carnaúba, no combate às suspeitas de irregularidades. A promotora já ajuizou diversas ações de improbidade administrativa em desfavor do então secretário de Educação, Adriano Soares. “Por alguns meses, juntamos bastante material para confeccionar esse dossiê. Acredito que o MPE fará, mais uma vez, o seu papel constitucional e não se furtará em cobrar respostas. Porque não é possível que a irresponsabilidade dessas empresas fique assim. Em muitos caos, nada foi feito e apenas tinta nova foi passada por cima dos problemas que as escolas apresentavam, com o único objetivo de enganar. No dossiê, é possível constatar também a inadequação de todo a reforma, que de emergencial não teve nada. Pois, até hoje, tem escolas sem aulas. Lamentamos profundamente essa situação”, lamentou Consuelo. O Sinteal alertou também que, apesar do déficit no quadro de professores, o estado de Alagoas não vem suprido a necessidade de pessoal. No lugar dos professores, ainda segundo a presidente do Sindicato, são colocados monitores. “Não temos nada contra os monitores, pois eles também são trabalhadores. No entanto, é necessário que o Estado realize concurso público. São oito anos sem nenhum concurso para a área da educação. Na nossa visão, de quem está na sala de aula diariamente, é de que a educação em Alagoas é uma das piores. Atualmente, o déficit de professores é de 3.500 profissionais. Na contramão deste sentido, houve, também, nos últimos anos, a redução de 5 mil professores por motivos diversos. Entre eles, aposentadoria e outros. É preciso fazer mais pela educação pública de Alagoas”, alertou o sindicato. O MP move ações de improbidade administrativa contra o então secretário pelo pagamento, supostamente irregular, às empresas que realizaram as reformas. Para o Ministério Público, o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões. Entre as irregularidades, estão o levantamento de que, mesmo sem a efetivação do serviço, a empresa ABR Engenharia foi agraciada como o pagamento de R$ 564.611,18. Fontes e Foto (reprodução): Gazetaweb/TV Mar