29 de novembro de 2018

Nota pública sobre o posicionamento do Sinteal quanto ao Calendário de Reposição das Escolas Públicas do Município de Maceió

O SINTEAL, face ao preocupante cenário gerado pela ação IMPOSITIVA de um calendário de reposição dos dias letivos em atraso, tendo em vista a greve realizada devido às reiteradas negativas da Prefeitura de Maceió ao conjunto dos servidores e servidoras em educação, vem a público externar seu posicionamento.

Nossa crítica decorre da falta de diálogo de uma gestão que se diz “democrática”, mas que deveria primar por atitudes práticas e reais. Temos a compreensão que a reposição não pode ser entendida como “castigo e punição” aos educadores/as, porque é no chão da escola que surgem as ideias mais criativas, portanto seria imprescindível ouvir as escolas para reunir elementos, tomar decisões e encaminhar situações, coisa que a SEMED NÃO FEZ. Ao invés de planejar uma reposição priorizando a aprendizagem dos estudantes e, consequentemente, o aproveitamento real dos dias perdidos em detrimento da necessária GREVE, a Semed demonstra tão somente a preocupação em cumprir os dias e as horas do calendário letivo, mesmo comprometendo o processo de aprendizagem (pelo qual primamos).

Nem o Sinteal, nem os/as educadores/as são contra a reposição, pois não queremos garantir nossos direitos em detrimento do direito dos estudantes. Não desejamos, sob hipótese alguma, a evasão escolar, muito pelo contrário! Queremos os nossos estudantes na escola, e que seja garantida a sua aprendizagem, mas também queremos que o/a professor/a seja respeitado/a, assim como toda a comunidade escolar. É contra a falta de diálogo e de compartilhamento de decisões que nos posicionamos.

O Sinteal sempre primou pela defesa da escola pública de qualidade, além de defender também que é no interior da escola que se faz o debate democrático, garantindo a autonomia relativa ao seu fazer pedagógico e, também, que seu projeto político deva ser levado em conta em qualquer situação e ao se tomar toda e qualquer decisão.

Mais uma vez reafirmamos que é a escola o local para se discutir qual é a melhor forma de reposição, com ações pedagógicas e projetos alternativos que mantenham a criança, o jovem, o adulto e o idoso na mesma situação e não simplesmente marcar um “X” no calendário. Queremos a garantia de ações que possibilitem que os nossos estudantes minimizem todo e qualquer prejuízo de aprendizagem que possam vir a ter pela insensibilidade do governo municipal em não respeitar a nossa valorização e os nossos direitos.
Avaliamos que todo conflito necessita de uma solução dialogada e desde já nos colocamos à disposição para o amplo diálogo com os representantes municipais para a análise e reorganização do calendário escolar de forma propositiva.

Por fim, reafirmamos nossa indignação pela forma impositiva do calendário, com ameaças e por decreto, ao tempo que reafirmamos nossa solidariedade a todas/os as/os educadoras/es que querem cumprir suas obrigações e deveres e que lutam em prol de uma escola pública de qualidade e plural, mas também pela garantia e reconhecimento de seus direitos.