14 de novembro de 2018

Sinteal participa de Encontro de Mulheres Negras em Alagoas

O Sinteal participou, nesta terça-feira (13), do 3º Encontro Estadual de Mulheres Negras de Alagoas. Realizado no Sesc Guaxuma, o evento reuniu trabalhadoras, militantes e acadêmicas para falar sobre a realidade atual, os impactos do racismo na vida da nossa sociedade e refletir sobre o bem viver e alternativas de avanço nessas questões. O encontro faz parte de uma programação nacional em comemoração aos 30 anos de realização do encontro das mulheres negras, que em sua história conta inclusive com eventos como a Marcha das Mulheres Negras.

Com uma roda de conversa bastante rica, as professoras Cida Batista e Regina Lopes abordaram as questões de racismo e violência, enquanto a professora Marli Araújo trouxe à tona uma leitura sobre o bem viver da população negra. As representantes do Sinteal apresentaram a campanha nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) “Vidas negras importam”, e o tema permeou todo o encontro.

Ainda com iniciativa do Sinteal, foi feito um amplo debate sobre a lei 10.639, que prevê o ensino de história e cultura afrobrasileira nas escolas. Elas falaram sobre a preocupação de ver suas alunas e alunos vítimas da violência do sistema racista. “Somos a população que mais sofre com desemprego e analfabetismo, e estamos vendo nossa juventude morrer de forma assustadora”, disse Marluce Remígio, secretária de políticas sociais do Sinteal.

Elas também alertaram para a necessidade de fazer a luta contra a lei da mordaça, que pode representar um retrocesso ainda maior no desenvolvimento das próximas gerações. Agravando mazelas como racismo, machismo e homofobia.

Marli relatou várias situações em que esteve em ambientes de cultura e lazer com a sua família e percebeu que eram a única família negra do ambiente, o que chamou a atenção para a negação do direito ao bem viver que o povo negro sofre. Cinema, exposições artísticas e outras formas de lazer são espaços de privilégio de quem é não negro, como se as pessoas negras só tivessem o direito de trabalhar.

Diante do momento político atual, em que o avanço do conservadorismo representa ameaça de retrocesso aos direitos do povo negro, o Sinteal defende resistência. “Estamos ainda mais alertas, organizando a luta para não deixar que os poucos avanços que tivemos sejam perdidos. Em nome da nossa história e em nome do futuro desse país, seremos resistência”, disse Marluce.