9 de novembro de 2018

UFAL recebe sindicatos da educação para debater lei da mordaça

Reitora Valéria Correia manifestou preocupação com a tentativa de censura à professores e desmonte da educação pública

Em reunião solicitada pelo Sinteal, a professora Valéria Correia, reitora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) conversou, na manhã desta sexta-feira (9), com representantes do Sinteal, Adufal, Sintufal e Sintetfal para falar sobre a luta contra a lei da mordaça.

Encabeçada pelo Sinteal e pela CNTE desde 2016, quando teve o projeto proposto em âmbito estadual na Assembleia Legislativa de Alagoas, a luta tanto política quanto jurídica tem sido realizada com sucesso até aqui. Com julgamento marcado para o dia 28 de novembro no Supremo Tribunal Federal (STF), questões como a inconstitucionalidade da lei estão na pauta nacional.

No início da reunião foi feita uma breve explicação pela assessoria jurídica do Sinteal sobre todo o histórico do processo até aqui, e os impactos que esse projeto teria sobre a educação pública de uma forma geral, seguida do pronunciamento de todas as entidades presentes reforçando a preocupação.

Valéria Correia reconheceu a importância da reunião: “estou entendendo mais ainda a dimensão do problema”, afirmou. Após a tirada de alguns encaminhamentos, ela lembrou que “as estratégias de resistência têm que ser coletivas”.

A Universidade, enquanto espaço democrático e plural, está ameaçada. Casos pontuais de comportamento fascista dentro das instituições públicas já estão acontecendo, e foram relatados com preocupação. Ameaça com arma dentro do Restaurante Universitário, pichação em banheiros e coação de professores nas instituições já estão sendo alvo de investigações e foram denunciados ao Ministério Público Federal.

A reitora falou, ainda, sobre a articulação das universidades em Alagoas, que, à exceção da Uncisal, obteve adesão de todas as outras, e se prontificou a levar o debate à próxima reunião da Andifes. Adufal e Sintufal também se comprometeram a fazer o debate com suas representações nacionais (Andes e Fasubra).

Desde 2015 está em vigor uma matriz curricular para as licenciaturas que é fruto de dez anos de debates no movimento educacional, e que, agora, está correndo perigo caso a chamada lei da mordaça entre em vigor.

A professora Sandra Lira, do Centro de Educação da Ufal, explicou que a iniciativa faz parte de um embate internacional: “Cinco grandes corporações no mundo querem destruir a educação pública e a figura do professor. O alvo é o professor da rede pública”, alertou. Sandra se refere à privatização da educação.

Ao final da reunião, as lideranças das entidades saíram otimistas em relação á possibilidade de vitória sobre a lei da mordaça, a partir da construção articulada de uma grande frente de luta em prol de uma educação pública crítica e emancipadora.