29 de agosto de 2013

Sindicalistas invadem Assembleia e cobram assinaturas para CPI

Dezenas de pessoas – entre sindicalistas, membros de associações e trabalhadores rurais sem-terra – invadiram, na tarde desta quarta-feira (28), o prédio-sede da Assembleia Legislativa de Alagoas, em protesto pelas assinaturas que restam (apenas três) para a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria suposto esquema de desvio de recursos da Casa de Tavares Bastos, denunciado pelo deputado João Henrique Caldas (PTN) e investigado pelo Ministério Público Estadual. O ato teve início na Praça Dom Pedro II, tomada pelos manifestantes no início da tarde, também em comemoração aos 30 anos de atividade, em todo o país, da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A manifestação também teve como objetivo mostrar à sociedade alagoana quais deputados estaduais ainda não subscreveram o requerimento de autoria de Judson Cabral (PT), que segue a tentar colher novas assinaturas. Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), o ato busca cobrar da Mesa Diretora da Assembleia ‘que abra sua caixa preta’, já que, na opinião da sindicalista, ‘a população alagoana está atônita com a denunciada rede de corrupção na folha de pagamento da ALE’. “E no Estado que detém os piores índices sociais do país, ver o dinheiro publico ser alocado desta maneira é inaceitável”, afirmou Maria Consuelo. “Também é lamentável que o Estado envie, anualmente, mais de 200 milhões de reais para a Assembleia em forma de duodécimo. Enquanto isso, os professores e profissionais da segurança vivem mendigando um reajuste decente, que contemple o mínimo da necessidade do servidor público”, avaliou a presidente do Sinteal, acrescentando que ‘é chegada a hora de os deputados pararem de ser corporativistas’. “A população não aguenta mais tanto descaso e desrespeito com o dinheiro público”, concluiu Consuelo. Já a presidente da CUT, Amélia Fernandes, engrossou o discurso da colega sindicalista, que, assim como os demais manifestantes, não conseguiram ter acesso ao plenário da Casa Legislativa, devido à barreira formada por policiais do gabinete militar da ALE. A sessão ordinária, porém, foi encerrada devido à falta de energia elétrica. “Dados divulgados pela imprensa mostram que o dinheiro público nesta Casa é tratado como barganha política, o que é uma conduta inaceitável. Ainda segundo os números, em um só dia foram sacados mais de dois milhões de reais, que teriam sido utilizados para a reeleição da Mesa Diretora. Onde estão esses recursos, já que não foram aplicados na saúde ou na educação?”, indagou Fernandes. “É imperativo que os deputados acordem desse berço esplêndido e observem a sofrida realidade do povo alagoano. Já temos um governador [Teotonio Vilela Filho] que não respeita a classe. Portanto, precisamos ao menos de deputados decentes”, concluiu a presidente da CUT, durante o ato que também contou com representantes dos sindicatos dos agentes penitenciários (Sindapen), dos policiais civis (Sindpol) e dos previdenciários (Sindprev), além de membros de associações militares. Fonte: Gazetaweb (Reportagem/foto)