25 de setembro de 2018

Previdência descapitalizada e falta de reajuste são alvo de protesto em Tapera

Com um ato público realizado na manhã desta terça-feira (25), em São José da Tapera, trabalhadoras/es da educação da rede municipal cobraram respostas à prefeitura sobre a falta de reajuste pelo segundo ano seguido e denunciando problemas no IAPREV, sistema de previdência própria do município. Organizada pelo Sinteal, a manifestação contou com a participação de representantes da direção estadual Consuelo Correia e Célia Capistrano, do núcleo regional de Pão de Açúcar Sitrânia Pereira, e núcleo municipal de São José da Tapera, o professor Márcio, que também é vereador do município.

A passeata chamou a atenção da população de Tapera com bandeiras empunhadas e palavras de ordem. Parou em frente à secretaria de educação, em frente à prefeitura, e encerrou em frente ao IAPREV, onde fez sérias denúncias sobre a descapitalização do órgão de previdência própria. Consuelo questionou a gestão “Queremos esclarecimentos sobre as finanças deste órgão tão importante para a aposentadoria dos trabalhadores. A prefeitura desconta do servidor todo mês, também foram destinados R$ 13 milhões de precatórios FUNDEF para o IAPREV, e a informação que nos chega é que está descapitalizado. O que está acontecendo?”, perguntou ela.

Com database em maio, a categoria está acumulando perdas salariais desde 2017. “Que gestão irresponsável é essa, que trata os educadores com tanto desrespeito? As contas continuam aumentando, e o salário congelado há dois anos”, disse Célia Capistrano, vice-presidenta do Sinteal.

A luta nunca parou. Já foram realizadas paralisações, e até mesmo uma greve, que precisou ser suspensa por ordem judicial. Mas a mobilização permaneceu e as cobranças cada vez mais efetivas. Em assembleia realizada na semana passada a categoria foi informada que o prefeito só se propõe a receber no dia 25 de outubro. Por isso, ficou definido o ato de hoje. O presidente do núcleo regional destaca a resistência da categoria. “A nossa força está na persistência, e na consciência do nosso papel em lutar pela educação e pelos nossos direitos, a categoria está de parabéns!”, disse ele.

O Ministério Público Estadual também está cobrando respostas sobre a previdência através do promotor do município. Segundo informações passadas no momento do ato, a presidenta do IAPREV foi oficiada e tem o prazo de 5 dias para apresentar documentos, sob pena de ser enquadrada por crime de desobediência.

Ficou marcada para o dia 17 de outubro uma audiência pública para tratar da previdência com a Câmara Municipal, os trabalhadores e membros do IAPREV. O local e horário ainda serão divulgados.