11 de abril de 2019

Após ocupação na Câmara, servidores finalmente serão recebidos pelo prefeito

O Movimento Unificado dos/as Servidores/as públicos/as municipais de Maceió segue em estado de mobilização. Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (10), na Câmara Municipal, as lideranças sindicais conseguiram, pela primeira vez em toda a gestão Rui Palmeira, marcar uma audiência com o prefeito.

A presidenta do Sinteal, Consuelo Correia, atribui a abertura do canal de negociação à unidade da classe trabalhadora. “O ideal era que tivessem nos ouvido antes, assim não teria aquele conflito na Câmara. Sempre defendemos que tudo acontecesse de forma pacífica, mas a indignação da categoria que viu seus salários diminuídos acabou chegando ao limite”.

Ficou acertado com os parlamentares que o PL será retirado da pauta temporariamente para discussão com as representações dos servidores. O presidente da Câmara solicitou que os sindicalistas apresentem propostas de alteração dos artigos na reunião de amanhã, mas eles explicaram que a prefeitura contratou empresa especializada e passou 2 anos elaborando, não tem condições de os sindicatos fazerem isso em tão pouco tempo, pediram 180 dias com uma comissão entre trabalhadores e prefeitura, mas isso ficou de ser discutido com o prefeito.

O movimento unificado pretende realizar assembleia geral com todas as categorias depois da reunião de amanhã (12), onde serão repassadas todas as proposições da gestão e a plenária decidirá se aceita ou não.

A reunião foi marcada depois que as categorias ocuparam a Câmara de Vereadores na última terça-feira (9), resistindo contra um Projeto de Lei (PL) que desmonta o Plano de Cargos e Carreiras de todo o funcionalismo público municipal. Com repercussão nacional, o protesto foi necessário após inúmeras tentativas de diálogo pacífico ao longo de anos, tanto com com o executivo quanto com o legislativo.

“É preciso que aqueles que foram eleitos pela população aprendam a governar para a população. Vereador não está na Câmara para servir ao prefeito, e sim para fiscalizá-lo, além de intermediar a relação entre ele e o povo, disse a presidenta do Sinteal, Consuelo Correia.

“Fomos diversas vezes até a porta da prefeitura em caminhada, tentar o diálogo com o prefeito, nunca fomos sequer recebidos por ele. Na Câmara fomos recebidos, dialogamos, mas os parlamentares acabaram descumprindo o que combinavam conosco, porque ia contra os interesses do prefeito”, relatou a presidenta.

Ainda sem dialogar sobre o reajuste 2019, que tem data base em janeiro, a prefeitura enviou o PL da fome, querendo retirar direitos já consolidados há anos pelos servidores. Com a ideia de manter o caráter pacífico, as categorias ocuparam a Câmara Municipal no dia da votação, fazendo com que fosse adiada por duas vezes. Na última vez, foram recebidos pela polícia e muitos saíram feridos.

O enfrentamento surtiu efeito, e os parlamentares se reuniram com as lideranças nesta quarta. Após intermédio do legislativo, foi aberto o canal de negociação com o executivo e o prefeito vai receber as lideranças às 16h desta sexta-feira (12), junto com o secretário de finanças, Reinaldo Braga.

“Continuaremos em permanente mobilização! A categoria precisa estar alerta, porque nos próximos dias convocaremos assembleia e é fundamental a participação massiva”, concluiu Consuelo, pedindo que a classe acompanhe todas as informações nas páginas oficiais do Sinteal.