9 de abril de 2019

Servidores municipais de Maceió realizam histórico “dia de luta”

Uma tarde de terça-feira marcada por muita tensão, revolta, indignação, mas com um resultado vitorioso para os servidores públicos municipais de Maceió, que, impedidos de entrar nas dependências da Câmara de Vereadores de Maceió para acompanhar a sessão ordinária do dia 09, que colocaria, de modo antidemocrático, o Projeto der Lei, batizado de “da Fome”, do prefeito Rui(m) Palmeira, retirando direitos dos/as trabalhadores/as e atacando frontalmente o Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) e o Estatuto dos Servidores, tiveram que ocupar a Câmara para defender seus direitos e cobrar o acordo feito anteriormente com a Mesa Diretora da Câmara, que havia prometido às lideranças do movimento uma reunião às 14 horas, antes da abertura da sessão ordinária. A vitória foi a suspensão, durante toda esta semana, do “PL da Fome” e a realização de uma reunião, às 16 horas desta 4ª feira (10), na própria Câmara, com a participação dos vereadores que compõem a Mesa Diretora e as lideranças sindicais, para analisar a situação.

Já no final da tarde, depois de muita tensão no plenário da Casa, e após reunião com o presidente da Câmara Municipal, vereador Kelmann Freitas, e outros parlamentares, a presidente do Sinteal, Consuelo Correia, considerou o saldo da luta positivo. “De modo algum as lideranças do movimento orientaram ou defenderam uma situação como a que ocorreu ontem. A decisão da presidência da Câmara de fechar as portas e o acesso ao prédio aos servidores é inadmissível e acendeu o pavio da indignação dos servidores que estão vendo seus direitos e a sobrevivência de suas famílias em jogo e em risco. Agora, vamos aproveitar a reunião que acontecerá na tarde de hoje [4ª feira, às 16 horas] para insistir na necessidade da abertura do diálogo aberto e democrático com o governo municipal. O Movimento Unificado, ao lado de todos os trabalhadores e trabalhadoras municipais, vai lutar para que este projeto de lei seja derrotado na Câmara Municipal, prejudicando milhares de vidas”.

A manifestação passo a passo

Por volta do meio-dia de terça-feira (09), sindicalistas e servidores começam a chegar ao entorno da sede da Câmara de Vereadores de Maceió, em Jaraguá. Sol forte, mas muita disposição de luta.

A disposição demonstrada nos discursos e palavras de ordem é lutar contra o “PL [Projeto de Lei] da Morte”.

A vigília de luta e acompanhamento da sessão ordinária ganha a adesão de centenas de servidores, com expressiva participação de mulheres.

A diretora do Sinteal e da CUT/AL, Girlene Lázaro, dá entrevista à uma emissora de rádio e critica, além do projeto de lei, a decisão da presidência da Câmara de fechar as portas para os servidores, e o fato de a Prefeitura de Maceió alegar uma “crise de finanças”, e exemplificar com o não pagamento do IPTU dos moradores dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro.

Outra palavra de ordem gritada pelos servidores e sindicalistas foi “direitos não se negociam, não se entregam”.

O Movimento Unificado comunicou que irá exigir uma análise mais aprofundada do PL da Morte, e, nos discursos, cobrou dos vereadores que viessem ao ato dos servidores para prestar apoio ao movimento.

Três vereadores tiveram a coragem democrática de se juntar à luta dos servidores e servidoras públicos e discursaram contra o PL da Morte: Galba Neto, Francisco Sales e Ana Hora.

A presidenta do Sinteal, Consuelo Correia, em sua fala, elogia a unificação do movimento e alerta para que o prefeito e a Câmara de vereadores “não brinquem com milhares de vidas”. “Estamos cobrando da Câmara que não aceitem esta política neoliberal que está sendo tentada contra os trabalhadores públicos municipais”.

Trabalhadores/as cantam a paródia “Tá aqui, tá ali, tá cada vez pior: é a Prefeitura de Maceió!”.

Trabalhadores gritam “A casa é do Povo”!

Críticas e mais críticas ao posicionamento da presidência da Câmara de fechar as portas da casa aos trabalhadores.

Gritos de “Fora, Rui”!

Proposta e aceita a manifestação de “Um Minuto de Vaias” contra o prefeito Rui Palmeira.

Por volta das 15 horas, a indignação ganha o auge e a sede da Câmara de Vereadores é ocupada pelos servidores e servidoras.

Já no plenário, os servidores conseguem a suspensão da sessão que votaria – contra o funcionalismo – o “PL da Morte”.

Já no final da tarde, o presidente da Câmara de Vereadores, Kelmann Freitas, vereadores da Mesa Diretora e lideranças sindicais se re~unem.

Saldo da reunião: suspensão da votação do projeto de lei durante toda esta semana e acordo para uma nova reunião, nesta quarta-feira (10), às 16 horas, na Câmara de Vereadores de Maceió.

A luta continua.

Não ao PL da Rui(m) Palmeira e da Morte!