11 de dezembro de 2019

De portas fechadas, deputados estaduais aprovam reforma de Renan Filho contra o AL Previdência

Numa terça-feira de luta e de luto, uma Assembleia Legislativa Estadual traidora e submissa a um Governo do Estado cruel e fascista aprovou por 24 votos (com 1 abstenção na 1ª votação e duas ausências) o projeto de lei complementar que altera o AL Previdência e mete a mão no “salário de fome” dos servidores públicos ativos e aposentados.

Entre as mudanças, haverá um aumento na alíquota de 11% para 14% e mais maldades como a que obriga os/as trabalhadores/as da ativa – e quem ainda vai entrar, por concurso, em função pública – a trabalhar até à morte, enquanto o projeto livra a cara e não ataca os privilégios da elite econômica alagoana da qual o sr. Renan Calheiros Filho faz parte.

“A maior maldade desta gestão foi cometida contra os aposentados. Um ato de crueldade extrema que, agora, vai começar a subtrair catorze por cento dos nossos miseráveis salários. Um trabalhador ou uma trabalhadora que passou a vida inteira contribuindo com o desenvolvimento do Estado fica relegado a passar os últimos anos da vida contando moedas para sobreviver”, disse Célia Capistrano, vice-presidenta do Sinteal.

O clima de repressão já foi sentido no início da tarde quando as lideranças sindicais chegaram à Praça Floriano Peixoto, no Centro de Maceió, e encontraram as portas externas fechadas, com policiais militares (inclusive graduados como um coronel) controlando o acesso e impedindo a entrada dos/as servidores/as.

A Assembleia Legislativa, vergonhosamente, estava de portas fechadas e ao plenário só conseguiram entrar cerca de 50 pessoas, dentre elas alguns dirigentes do Sinteal, para acompanhar a vergonhosa sessão plenária que mostrou a posição servil ao governo e vergonhosamente cruel contra os/as trabalhadores/as.

Debaixo de sol forte, os/as servidores/as denunciavam as ordens fascistas do governador Renan Filho e só uma hora depois de muita luta tiveram acesso ao estacionamento da ALE, onde ficaram até o final da votação e a aprovação do “pacote de maldades” do Governo do Estado, que imporá um assalto, um roubo a quem já recebe salário e aposentadoria de fome.

A deputada Jó Pereira apresentou emendas que minimizariam os prejuízos, principalmente para o aposentado. “Foi uma iniciativa de muita coerência. A parlamentar demonstrou sensatez em buscar alternativas menos danosas para uma classe tão sofrida que são os aposentados”, ressaltou Consuelo Correia, presidenta do Sinteal.

No entanto, orientados pelo governo, a maioria dos deputados rejeitou todas as 03 emendas que poderiam diminuir o arrocho do governador Renan Filho sobre os/as servidores/as.

“A luta agora contra esse governador fanfarrão e mentiroso é na Justiça, com a judicialização desse projeto, que foi, inclusive, avaliado como inconstitucional pela Associação dos Procuradores do Estado e que não passou nem mesmo pelo crivo da Procuradoria Geral do Estado [PGE]. É na Justiça que lutaremos agora, mas mobilizados e sempre na luta”, disse Consuelo.