19 de abril de 2021

Artigo: Novas relações de trabalho podem prejudicar saúde do trabalhador

por Marluce Remígio*

 

O reinventar em tempos pandêmicos hoje, no mundo laboral, de uma certa forma propiciou uma forma de trabalho alternativa e necessária para reduzir o movimento de deslocamento casa-trabalho e trabalho-casa(BRIDI,2020), que é a modalidade teletrabalho.

Com isso, é notório que essa modalidade oferece proteção contra o novo coronavírus, reduzindo o contato social e, consequentemente, o contágio. Por outro lado, transforma qualquer espaço que a trabalhadora e o trabalhador estejam em um ambiente laboral. Muitas vezes, o patrão não oferece estrutura nenhuma como internet, equipamentos etc. Entretanto, o profissional trabalha muito mais que sua jornada normal, tornando-se assim algo que pode gerar danos à saúde emocional, física e mental. Por conseguinte, é importante que o profissional tenha conhecimento sobre ergonomia, atribuições a serem desenvolvidas, horários de trabalho para execução das mesmas e pausas.

O home-officce se for bem delimitado não extrapolará os limites entre a atuação profissional e a vida pessoal da trabalhadora e do trabalhador, consequentemente não terá danos à saúde emocional, mental e física. Agora, se esse profissional for forçado a colocar-se em atuação profissional permanente e interrupta, aceitando tudo que o patrão mandar, não procurando o seu sindicato, abrindo mão de horas de descanso e de lazer, fundamentais para a manutenção da qualidade de vida e de todo e qualquer ser humano, esse profissional entrará em um pesadelo, e mais uma vez o capital ganhará com toda dominação em todas as esferas da vida da trabalhadora e do trabalhador.

 

*Marluce é membro do Coletivo de Saúde do Trabalhador atualmente e Secretária de Políticas Sociais do Sinteal.