22 de novembro de 2022

Campanha 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher já começou e vai até 10 de dezembro

                                                                                                                  Imagem: CUT Brasil

Começou neste domingo (20) a campanha mundial das Organizações das Nações Unidas (ONU) que visa dar visibilidade ao permanente combate à violência contra as mulheres. No Brasil, a mobilização “21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher” tem início no dia da Consciência Negra porque é esta a camada da população que mais é vitimada pelas diversas formas de agressão.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2020, mostram que 61,8% das vítimas de feminicídio no país são negras. Foram registradas 1.350 mortes de mulheres negras somente no ano de 2020. Do total, 74,7% tinham entre 18 e 44 anos e 81,5% foram mortas por companheiros ou ex-companheiros.

Um levantamento de 2019, feito pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do governo federal, detalha as formas de violência contra as mulheres negras no Brasil:

* Por dia, morrem quatro mulheres negras em idade fértil
* A cada hora, duas mulheres negras são estupradas
* Por dia, 10 mulheres negras sofrem violência física
* A cada semana, 12 mulheres negras são vítimas de violência psicológica ou moral

Campanha

Com a participação da CUT, a campanha “21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher” é realizada por meio de diversas atividades como oficinas, debates e mobilizações com objetivo de chamar a atenção da sociedade para esta realidade e cobrar de governos a adoção de políticas públicas efetivas, nas mais diversas áreas como saúde e segurança, que possam promover maior proteção e acolhimento das vítimas.

Além da CUT e entidades do movimento sindical, o Congresso Nacional, por meio da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, da Procuradoria Especial da Mulher do Senado e da Liderança da Bancada Feminina do Senado, também participa das atividades.

Onde denunciar

A campanha também orienta as mulheres para que se protejam e denunciem os casos de violência.

– As mulheres podem denunciar nos canais oficiais como o 180;

– Na CUT-São Paulo, que dispõe de um canal para ouvir e intermediar o apoio a mulheres vítimas de violência. Para denunciar, basta enviar um e-mail para o endereço , com contato e descrição da situação. O sigilo é garantido em todos os casos.

Mais dados sobre a campanha

A Campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” é realizada todos os anos em mais de 150 países. A mobilização envolve diversos setores da sociedade civil e do poder público. O período compreende as seguintes datas:

20 de novembro – Dia da Consciência Negra (início da campanha no Brasil);
25 de novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres;
29 de novembro – Dia Internacional dos Defensores dos Direitos da Mulher;
1º de dezembro – Dia Mundial de Combate à Aids;
3 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência;
6 de dezembro – Dia dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (campanha do Laço Branco);
10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos e encerramento oficial da campanha.

Mais dados sobre a violência

Além dos casos relacionados ao racismo, outros temas são abordados na campanha. De acordo com dados levantados pelo Instituto Patrícia Galvão, a violência contra as mulheres envolve também a orientação sexual – 79% das mulheres sofreram algum tipo de lesbofobia e 25% das mulheres lésbicas já sofreram discriminação em atendimentos ginecológicos. Ainda nessa questão, uma travesti ou mulher trans sofre assédio a cada dois dias no país.

O estudo aponta ainda que, no geral, uma menina ou mulher é estuprada a cada 10 minutos; três mulheres são vítimas de feminicídio por dia e a cada hora, 26 mulheres sofrem algum tipo de agressão física no país.

Fonte: CUT Brasil / Repórter: André Accarini