Em memória do Professor PAULO BANDEIRA, a luta do Sinteal continua!
Há 20 anos, em 02 de junho de 2003, o professor Paulo Henrique da Costa Bandeira, 42 anos, casado, saía de casa para participar de uma reunião, no município de Satuba (AL), na escola municipal onde trabalhava como professor de Artes. Não foi mais visto com vida. Em 04 de junho, dois dias depois do desaparecimento, seu corpo foi encontrado – carbonizado – dentro do seu carro, em uma estrada da zona rural do município. Foi covardemente assassinado por defender a educação pública e a correta aplicação dos recursos do Fundef.
Em sua heróica luta em defesa da educação pública e pela correta aplicação dos recursos da área, o professor Paulo Bandeira morreu por defender a causa certa! Investigou, juntou provas e denunciou um desvio de verbas no Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef) no município de Satuba. Deixou carta e gravação que responsabilizava o, à época, prefeito Adalberon de Moraes, por qualquer coisa que lhe viesse a acontecer. E também buscou o Sinteal para informar que estava investigando. Infelizmente, não pôde entregar tudo o que averiguou.
O “Caso Paulo Bandeira” chocou e chamou a atenção de todo o Brasil! E o Sinteal não perdeu tempo na luta pela elucidação do brutal e covarde crime, cobrando, dia a dia, a ação dos órgãos policiais e da Justiça e, inclusive, organizando, uma histórica “Caravana da Justiça” até a cidade de Satuba, de entidades pró-Direitos Humanos, a Ordem dos Advogados do Brasil/AL, sindicatos parceiros e uma comissão da Assembleia Legislativa de Alagoas, onde realizou uma audiência pública que EXIGIU a ação rápida do Estado para prender os assassinos, e para Paulo Bandeira não ser mais um número nas estatísticas policiais. A justiça demorou, mas chegou!
Em 21 de março de 2013, dez anos após o brutal e covarde crime, os algozes do professor Paulo Bandeira eram julgados e condenados pela Justiça. O principal acusado, ex-prefeito de Satuba Adalberon de Moraes (autor intelectual e mandante do crime), foi condenado a 34 anos de prisão. Os militares Geraldo Augusto dos Santos e Ananias Oliveira Lima (executores do assassinato), pegaram 28 e 31 anos de detenção, respectivamente. Presente no julgamento, Cilene Bandeira, viúva de Paulo, disse: “Quando o Paulo chegou à Escola Josefa da Costa, em Satuba, viu a unidade caindo aos pedaços. Arregaçou as mangas na luta por um ensino de qualidade. Hoje foi um julgamento histórico. Nosso Paulo plantou esta semente, a semente da Justiça”.
Vinte anos depois do assassinato do Profº Paulo Bandeira, e dez anos depois da condenação e prisão de seus criminosos, infelizmente, vemos, INFELIZMENTE, que o “ontem continua sendo hoje”! A sociedade brasileira, em particular a população alagoana, continua assistindo a eventos que envolvem fraudes em licitações, desvio e lavagem de dinheiro da Educação em esquemas os mais diversos, a exemplo de superfaturamentos na compra de equipamentos de robótica e de artifícios envolvendo empresas que se utilizam da Educação como mercadoria (com vendas de “pacotes” às secretarias de Educação).
Em homenagem à memória do companheiro professor Paulo Henrique da Costa Bandeira, o Sinteal continuará a luta em prol da educação pública, que envolve a aplicação correta dos recursos da área. Companheiro Paulo Bandeira: PRESENTE!