4 de agosto de 2021

Sinteal e trabalhadoras/es em Educação de Feliz Deserto vivem uma 4ª feira de arbitrariedade e autoritarismo

O que era para ser uma reunião de negociação e de mediação entre o Sinteal, o Núcleo Regional/Penedo e a base das/os trabalhadoras/es em educação – sem reajuste salarial há 05 anos e sem outros direitos – com a Secretaria de Educação e a Procuradoria do Município de Feliz Deserto virou, na tarde desta 4ª feira (04/08), um lamentável exemplo de arrogância, arbitrariedade, coronelismo e abuso de poder administrativo.

Representando o entendimento e a posição da prefeitura, o procurador geral do município, Pedro Ícaro, ao contrário do que havia acenado em reunião anterior, não apresentou proposta ou mesmo data posterior para apresentação da proposta de reajuste ou recomposição salarial, condicionando que a prefeitura só fará isto se a categoria encerrar a greve.

Segundo a vice-presidenta do Sinteal, Célia Capistrano, a reunião mostrou o “método arbitrário” da prefeitura. “O Sinteal fez um pedido de mediação tentando uma saída negociada, baseado em quatro pilares: retorno imediato da categoria, apresentação de proposta, avaliação da categoria e, em caso de rejeição da proposta oficial, a continuidade da negociação. Infelizmente, o procurador municipal, além de não abrir mão do retorno, sequer apresentou proposta ou data para apresentação de uma proposta, e também não marcou data para nova rodada de negociação com o sindicato”.

Na avaliação das lideranças do Sinteal presentes na reunião o que imperou foi o método que se utiliza da truculência e do autoritarismo e barra qualquer tentativa de negociação democrática. “Isto foi o que deixou a categoria indignada, porque mostrou, apenas e tão somente, uma imposição de vontade da parte da prefeitura. Se o estudo já estava feito, se havia uma flexibilidade para o retorno ao trabalho, a partir de uma saída negociada, isto, infelizmente, não aconteceu por causa da gestão, e não do Sinteal, do núcleo regional e dos trabalhadores e trabalhadoras”, alertou a diretora de Assuntos Municipais Josefa Conceição.

Pressão financeira!

Para surpresa geral, negativamente falando, o procurador municipal ainda apresentou aos representantes da executiva estadual e do núcleo regional do Sinteal um documento com decisão em caráter monocrático, expedido pelo desembargador Domingos de Araújo Lima Neto, que, com data futura de publicação (08 de agosto), já notifica o Sinteal de uma multa diária de R$ 5 mil reais (Cinco Mil Reais) por dia, caso continue a greve da educação em Feliz Deserto. Detalhe: município pediu R$ 100 mil (Cem Mil Reais) de multa diária!

Protesto

Antes da reunião, prevista para às 14 horas, mas iniciada uma hora depois, foi realizado um pequeno protesto em frente à Secretaria Municipal de Educação, com professoras segurando cartazes com frases de protesto, a exemplo de “Queremos recomposição. Chega de repressão!”; “Recomposição salarial, já!”; “Educação não é mercadoria!”; “Educação pública de qualidade se faz com professores/as valorizados/as” e uma mais longa, mas também certeira: “Senhora Prefeita, lhe desafio a sustentar sua família com o meu salário congelado há 5 anos”.

Próximos passos

Após a reunião, as diretoras do Sinteal apresentaram as informações da reunião e o clima de coronelismo e arbitrariedade imposto pela prefeitura através da procuradoria municipal, e a decisão tomada pela categoria será a de retornar às atividades de trabalho já a partir desta 5ª feira (08/08), aguardando que a prefeitura apresente, definitivamente, sua proposta oficial para avaliação das/os trabalhadoras/es.