6 de dezembro de 2023

Mobilização contra a Braskem e em solidariedade às vítimas toma as ruas de Maceió

Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (6), um grande protesto ocupou a Avenida Fernandes Lima, em Maceió, pela responsabilização da Braskem pelo crime ambiental que tem destruído a cidade com sua extração de Sal-gema, e em solidariedade às milhares de vítimas no 5 bairros atingidos.

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O presidente do Sinteal e secretário do meio ambiente da CUT/AL, Izael Ribeiro, chamou atenção para as consequências da exploração irresponsável em busca do lucro. “Precisamos dar um basta ao modelo de exploração que só visa o capital e o dinheiro. É preciso pensar no meio ambiente, pensar nas pessoas. Nós, do Sinteal, fomos atingidos pela Braskem, dói no coração como se tivesse uma ferida aberta, saber que toda aquela região que tem luta e história de pessoas que construíram foram expulsas. Acabaram não só com as casas, acabaram com os sonhos, acabaram com as vidas. A Braskem é criminosa!”.

Cobrando responsabilidade dos setores responsáveis, Izael falou sobre o tratamento que tem sido dado às vítimas. “Precisamos que os órgãos de controle institucional cumpram a sua missão, que o prefeito de Maceió saia do Instagram. Massa é ajudar a população na hora que ela precisa, massa é parar de aceitar acordo em nome do capital e depois dizer que não sabe de nada, não viu e é contra. Que o Governo também assuma suas responsabilidades, porque enquanto eles brigam a população está desassistida, enquanto eles brigam a população é obrigada a sair das suas casas no meio da noite. Nós estamos gritando há muito tempo, precisamos que essas pessoas sejam tratadas com dignidade”;

Com um longo trajeto que percorreu uma das principais avenidas da capital alagoana e passou por ruas do centro até encerrar na Praça da Assembleia Legislativa, o ato público reuniu lideranças sindicais de diversos setores, associações de vítimas, movimentos de trabalhadores/as sem terra, partidos de esquerda, ONGs, Igrejas e população em geral.

Ao longo do trajeto, muitos relatos emocionados de histórias de vida foram interrompidas pela tragédia causada pelo crime da Braskem. Em um dado momento, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem às pessoas que perderam suas vidas por problemas de saúde física e mental causados pela Braskem.

As paradas simbólicas aconteceram no CEPA, no Tribunal de Contas do Estado, no Ministério Público Estadual, no Shopping Cidade (onde fica localizada a empresa BRK), onde os manifestantes foram surpreendidos com o fechamento das portas. De lá seguiram até Praça da Assembleia Legislativa, e encerraram.

Além de denunciar e chamar a Braskem de Criminosa, o movimento exige punição para a empresa e principalmente um tratamento digno às vítimas que têm sido expulsas de suas casas à força, sob ameaça e sem condições mínimas de reconstrução da vida.

Também foi muito criticada a postura do Prefeito JHC, que fez um acordo de R$ 1,7 bilhão com a Braskem e não dá nenhuma assistência à população.